Wednesday 28 January 2009

Túcume

Também publicado no Crónicas da Terra
Quando ouvimos a palavra "pirâmide" o nosso cérebro relembra-nos imagens como: esfinges, deserto, camelos, o Nilo... enfim, todo um conjunto de recordações que estes majestosos monumentos da civilização egípcia antiga evocam.
Há dias vi um documentário que espantou-me porque puxou-me da memória os outros tipos de pirâmides: então os monumentos dos Aztecas e dos Incas? que esquecimento este...! Mas o que me espantou neste documento, foi no facto de que o local onde há maior aglomeração de pirâmides no Mundo não é no Egipto, mas sim no Lambayeque Valley, no Peru, nomeadamente no local com 220 hectares, chamado Túcume, onde estão localizados,nada mais nada menos do que 26 pirâmides!
Túcume é um local histórico, que guarda grandes mistérios e bastantes curiosidades. Por isso, tentámos resumir estes factos no resto do post.

Lambayeque foi uma civilização peruana que tinha uma estranha obsessão em construir pirâmides... construíram 26 gigantescos monumentos até à invasão espanhola. Hoje em dia, as pirâmides estão degradadas pela erosão
(ver fotografia acima), contudo ainda são exploradas por arqueólogos, a fim de desvendar as enumeras questões levantadas por esta obcecação deste povo já extinto.Por exemplo: porquê tantas pirâmides??

As primeiras escavações realizadas permitiram diferenciar as pirâmides de Lambayeque das pirâmides egípcias e dos Aztecas.
As pirâmides egípcias destinam-se para que fossem locais fúnebres dos faraós, onde através de armadilhas e de compartimentos de difícil acesso protegiam a múmia desses senhores do antigo império egípcio. Quanto à versão azteca, as pirâmides serviam de altar para sacrifícios animal ou mesmo humano.
Relativamente às pirâmides Lambayeque, concluiu-se que eram autênticas cidades, facto comprovado, pelos itens e amostras encontrados nas escavações: ruínas, ossos de animais supostamente para alimentação, artesanato da época e outros artefactos e provas.
Concluiu-se depois que a grandiosidade das pirâmides também servia para que os Deuses ficam satisfeitos com este povo.
No topo destas construções, residia o sacerdote (que pelo fanatismo deste povo) que era também o soberano da tribo. Quem já viu o Apocalíptico consegue ter uma imagem de quem ou como estes sacerdotes trajavam e ostentavam uma soberania enorme sobre o povo.

Mss mesmo assim não se consegue perceber porque raio construíram 26 pirâmides....Depois de muita investigação, descobriu-se vestígios de solo queimado no topo das pirâmides, onde as casas eram construídas. Mais investigações foram realizadas e descobriu-se a causa desta estranha descoberta... a culpada é a religião deste povo. A ideia era simples, os Lambayeques construíam uma pirâmide e viviam no topo dela. Faziam todas as adorações aos deuses....e se acontecesse uma catástrofe (i. e. uma tempestade), eles assumiam que os Deuses estavam zangados com eles e com a pirâmide... então qual foi a brilhante conclusão???? Toca a queimar a vila e erguer outra pirâmide!! (simples, né?) Realmente há certas crenças que leva à falta de censo humano.... Ora esta acção fundamentalista levou este povo construísse 26 pirâmides em poucas centenas de anos.

De facto, este fundamentalismo foi a grande causadora da extinção deste povo. Ora passo a explicar... esqueletos decapitados começaram a ser descobertos. Eram corpos de homens, de mulheres e de crianças (pelo menos tiveram a decência de enterrarem os corpos com as cabeças mais ou menos colocadas no sítio...) Ossadas enterradas no tempo da invasão espanhola . Podíamos pensar que forem vítimas do colonialismo espanhol numa versão selvagem, contudo, investigações forenses concluíram que estes corpos foram sacrificados, ou por outras palavras, foram vítimas de homicídio com o pretexto de satisfazer os "deuses".

Imagem de uma sepultura


O porquê do sacrifício humano? Porquê matar filhos e filhas do próprio povo ? Ok...Preparem-se para a incrível descoberta... A invasão espanhola ainda era notícia naquele vale quando começaram os sacrifícios normais...uma galinha ou outra ia à vida...degolava-se um animal para depois ver se os Deuses expulsavam esses seres estranhos montados em monstros also know as Conquistadores e monstros são os cavalos, animal que nunca tinham visto. Como continuaram a ter notícias dos Conquistadores... pensaram "Alto lá.!...Isto não está a dar resultado, vamos sacrificar homens e mulheres do nosso povo!", ora como é evidente, o resultado foi o mesmo - insatisfação dos deuses - então sacrificavam cada vez mais humanos, suspeita-se que até entraram num êxtase de matança.
Agora a parte mais macabra... os sacrificados eram drogados com uma planta, que deixavam-nos conscientes mas com o corpo completamente paralisado...em seguida a vitima era colocada de joelhos com a cabeça flectida para a frente, e assim ficava durante toda a "cerimónia", perfeitamente conscientes do que iria acontecer sem nada poderem fazer.
O sacerdote completamente trajado e armado com um punhal idêntico a esta, e supostamente possuído pelos deuses, dá um simples golpe no pescoço da vítima, separando a cabeça do resto do corpo. Nos esqueletos das várias vítimas, na zona da capitação, nota-se que o corte é feito com um único golpe (só para terem a noção da capacidade letal que estes punhais tinham).Toda esta matança infernal continuou de tal forma que os espanhóis ao chegarem à região dos Lambayeque, tiveram uma fraquissima oposição, porque afinal foi um povo que simplesmente matou-se aos poucos através de rituais "religiosos" extraordinariamente macabros, guiados por uma crença religiosa com muito pouco bom censo.


Falta dizer que este post não quer dar a entender que as crenças religiosas não sejam importantes para a sociedade, o que é relevante neste artigo (para além da curiosidade histórica) é o exemplo de um fundamentalismo bizarro que não olhou a meios de matar seres humanos, tudo em nome de dar prazer aos Deuses. Sabemos que as civilizações antigas tinham uma "peculiar" interpretação religiosa, mas na verdade o fundamentalismo ainda existe... só esperemos que não destrua mais povos.

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