Thursday 26 March 2009

Religião vs Ciência

Há cerca de duas semanas li um artigo da Ciência Hoje, que anunciava um colóquio para discutir (aka reflectir) a teoria Darwiana numa perspectiva cristã para celebrar o bicentenário do nascimento de Darwin.
Achei uma notícia bastante boa, porque para mim estava a ser anunciado a criação de pontes de ligação entre pólos que estiveram desde há muito tempo, completamente afastados. O que me espantou, foram os comentários de supostos cientistas, ou interessados pela ciência. Comentários de plena arrogância "Quem são eles para discutir Darwin?"; "É impressionante como é que uma revista de ciência publica uma noticia destas?!", enfim comentários cheios de fundamentalismo sem sentido.
Resolvi comentar esta situação tão despropositada.

Desde há muito tempo, que desaprovo o fundamentalismo cristão. Essa doença mental que há séculos atrás, matou milhares de "hereges", que matou centenas de descobertas cientificas só porque contrariava a Sagrada Escritura... Uma doença absurda! Ainda hoje existe um pouco desse fanatismo mas felizmente em versão "light".
Mas os comentários que li na Ciência Hoje, foram extremamente infelizes, primeiro porque dei contas que existe fundamentalismo no outro lado da barricada, e segundo pensava que os cientistas tivessem mais inteligência do que foi demonstrado naqueles textos.
A minha plena convicção em relação à Evolução das Espécies é factual, é verdadeira! Há provas ! Agora...É obra divina? Não tenho razões para recusar esta hipótese... Certo ,que é uma hipótese mais lógica do que Deus pegar em barro e criar o Homem. Qualquer pessoa com o mínimo de inteligência acreditará que isto não é verdade.

Ultimamente numa forma involuntária, tenho participado em discussões e tenho lido sobre esta questão Esta discussão toda, nem sequer tem sentido existir... como é que a religião e a ciência podem colidir se não têm nada em comum? São disciplinas completamente diferentes!
Podemos dizer que a Religião trata das questões "Para quê? Porquê?" e a Ciência das questões "Como?". Ou seja, são contextos completamente diferentes!

Li uma coisa interessantíssima acerca deste assunto, "Com estes fundamentos bíblicos surgem teses opostas, nas fileiras de judeus e cristãos, entre os «criacionistas» e os «evolucionistas», a que já nos referimos. Quem tem razão? Veremos que a razão tanto está com a ciência como está com a Bíblia. Tudo depende, uma vez mais, da maneira de ler.A verdade não está no texto lido de forma literalista ou historicista, mas no significado do mesmo texto.(...) De facto, ainda hoje,(...) há milhões que fazem a literalidade do texto a verdade do mesmo. Em nomenclatura corrente são os chamados «fundamentalistas»." (Carreia das Neves, Pd Joaquim O que é a Bíblia).

Aqui está um excelente resumo do que realmente justifica esta estúpida guerra de conceitos e "verdade". Luta-se por uma única verdade quando, no fundo existe duas "verdades", uma verdade de fé e uma verdade cientifica.
Será que alguma vez vai acabar esta guerra sem fundamento ?

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Friday 13 March 2009

Bateria capaz de carregar em dez segundos

Este artigo foi publicado na "Ciência Hoje"

Dois cientistas norte-americanos desenvolveram um modelo de bateria capaz de acelerar rapidamente uma viatura ou de recarregar um telemóvel em apenas dez segundos, segundo um estudo publicado hoje na revista Nature.

O modelo de bateria de lithium-fer-fosfato (LiFePO4), uma vez produzido industrialmente, será mais pequena e mais leve que os modelos actuais e poderão ser recarregadas mais rapidamente, precisou um comunicado do Instituto de Tecnologias do Massachusetts (MIT, sigla em inglês), onde decorreu a investigação.


Os modelos actuais permitem armazenar grandes quantidades de energia mas os processos de carregamento e descarregamento demoram várias horas. Assim, para alimentar uma viatura eléctrica, estas baterias adaptam-se de melhor forma a uma condução a velocidade constante e a acelerações súbitas.

Com a descoberta de Byoungwoo Kang e Gerbrand Ceder, investigadores do MIT, uma bateria de um carro poderá, desde que tenha um carregador adaptado, ser recarregada em cinco minutos, contra as seis a oito horas que demoram actualmente a carregar, e a de um telemóvel em dez segundos.

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Sunday 8 March 2009

São Paulo, o Homem e obra

Também publicado no Crónicas da Terra

Ultimamente eu e a baguera, temos tido boas experiências de fonte de conhecimento assistindo a algumas palestras. As duas últimas que fomos, foram mais de teor religioso : 4ª feira - Sacramentos do Perdão e Comunhão. E 5ª feira : São Paulo - Vida e Obra.Ambas palestras foram da autoria do Pd. Carlos Azevedo Mendes sj, homem que demonstrou ser um excelente orador, com bastante "à vontade" e com um sentido de humor fantástico, que resultou num serão bastante rico e de boa disposição.
Vou falar da palestra com palavras muito breves sobe o que se passou.

Acerca de São Paulo, devido ao facto deste apóstolo ser patrono dos Caminheiros (IV secção do Corpo Nacional de Escutas)sabia que foi um homem que a uma dada altura converteu-se ao Cristianismo e tornou-se um dos maiores evangelizadores da fé cristã. Confesso que tenho noção que é um conhecimento insuficiente para eu afirmar-me como seguidor do exemplo de São Paulo.
A minha companheira de viagens e de palestras assumiu uma atitude de querer alimentar a sua fome de conhecimento, muito por causa do seu agnosticismo, mas que mal tem em conhecer São Paulo ?

Devo dizer-lhes que não demos pelo tempo passar... A vida de São Paulo é de facto grandiosa e fascinante. Nada a ve com a noção que eu tinha da vida de São Paulo... Não foi só o homem que caiu cego de um cavalo, graças à luz de Deus... ou um homem que escrevia Cartas fantásticas, mas um homem de lutas, de viagens, de pulso firme e de um inteligência mordaz.

Fiquei de tal forma entusiasmo em querer descobrir mais, que comprei um livro biográfico deste apóstolo e vou partilhando vários resumos que vou criando ao longo da leitura. Entretanto posso-vos mostrar o cartaz destas conferências sobre o Apóstolo dos Gentios.


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Wednesday 4 March 2009

A Confirmação


Desta vez, resolvi falar-vos num post mais intimo, mais pessoal.
Tenho 27 anos e estou integrado numa comunidade religiosa, sou dirigente de um movimento católico com a responsabilidade de ser exemplo aos mais jovens, de ser também testemunho de fé, orientando o próximo da melhor forma que posso.
Aos 12 anos, deixei o catecismo. Lembro-me que foi uma opção ponderada (se houve consciência pode ser perfeitamente discutível) mas senti que nunca abandonei o sentido de Deus pai e Jesus amigo, simplesmente achava que a instituição Igreja era demais, e que no fundo achava (por desconhecimento) que era desnecessária para a minha relação com Deus.
Com este post vou falar da minha caminhada de fé e termino, relatando o que vivi e senti neste passado fim-de-semana - a preparação para o Crisma,


Como disse aos doze anos marquei a minha fé religiosa, abandonando a catequese, um dos vários veículos da descoberta pessoal de Deus.
Esse ano foi de reviravolta, pois deixei de ter contacto com ritos , com a alimentação da Palavra, mas sem nunca abandonar a minha fé.
Entretanto, no ano seguinte entrei para o CNE, que para quem não sabe é um dos movimentos escutistas (ou escotistas, como preferirem) que incutem uma vivência de fé católica aos seus associados.
A partir dessa altura, através do regresso à vida em comunidade cristã, desenvolvi a minha relação com Deus com base da experiência escutista : sentido de fraternidade, serviço e vida ao ar livre. Até que aos 22 anos, questionaram-me se eu queria ser dirigente do CNE... lembro-me tão bem desse momento, de como a minha mente viajou à velocidade da luz, recapitulando toda a minha vida e analisando a minha pessoa como animador de jovens. "Serei verdadeiramente exemplo?","Estou sintonizado com a minha fé sentida e com a fé à qual eu dou a conhecer aos meus jovens?" A minha resposta foi um rápido "sim" com bastante certeza, não que fosse resposta às questões anteriores, mas como uma afirmação desafiante, de querer ser melhor, de querer descobrir mais para além do que sentia e de encontrar um ponto de equilíbrio entre as coisas "visíveis e invisíveis" ou como quem diz, das coisas "compreendidas e incompreendidas" por mim.
Confesso que desde então, esse desafio esteve em "banho-maria" até que no passado Setembro, chegou a notícia da chegada de um novo prior à paróquia, o que fez realmente fazer um ponto de situação da minha pessoa, não só como dirigente mas também como cristão "Que animador sou eu?","Serei hipócrita de chegar ao ponto estar a encaminhar jovens a ritos que não sei bem o que significam?" pela primeira vez da minha vida, senti-me verdadeiramente incompleto, com uma necessidade extrema de sentir, de descobrir, de compreender a fé que eu desenvolvi até então. A minha fé cristã estaria correcta?
Nessa altura surgiu a oportunidade de fazer o Crisma, preparando-me no CUPAV -Centro Universitário Padre António Vieira- na companhia de "iguais" ou como quem diz, crismandos com mais ou menos a minha idade, pessoas que fizeram um exame de consciência e queriam estar definidas como cristãos.
O primeiro dia (sexta-feira, 27 de Fevereiro)encaro-me com mais 68 pessoas num salão. Devo dizer-lhes que o ambiente de interrogação sentia-se fortemente naquele momento... Mas uma interrogação saudável, sem o típico receio do desconhecido.
1º tema , Crescer na fé. O que é a fé? 2º tema "Formas de Cristo - Chamar..." Espreitem aqui do que se trata.
Devo dizer-lhe que foi um excelente pontapé de saída para um fim-de-semana muito marcante, em que foi oportunidade de extrema "arrumação" de ideias numa forma livre, acompanhada e não imposta. Creio que hoje em dia os jovens afastam-se da fé cristã, como resposta a uma certa imposição ou sentido de prisão que alguns padres comunicam à comunidade... e a fé não é uma prisão, é algo que se sente que nos torna amigo de Jesus e filho de Deus numa liberdade pura. Que nos liga a Deus com laços fortes mas não tensas.
Não vou entrar em pormenor em relatar esta preparação...Não me faz sentido descreve-lo passo a passo... porque é uma caminhada pessoal e que é sentida por todos nós numa maneira diferente. Mas devo dizer-vos que pode ser uma fase bastante dura psicologicamente, e tive a sorte de estar acompanhado por 4 pessoas (sem querer desvalorizar o Padre Luís e o João Delicado e os outros crismandos) Essas pessoas são: a Filipa, João, Brigola (vejam a foto) e a Susana.

A Filipa, João e o Brigola são meus parceiros no meu agrupamento que também são crismandos, é óptimo sentir que estamos fisicamente acompanhados para que a partilha de sentimentos seja mais simples e que flua mais livremente. Cada um destes meus companheiros transmite-me algo diferente... mas certamente digo sem qualquer dúvida que desta experiência nos tornamos ainda mais ligados. Obrigado por fazerem-me sentir verdadeiramente bem convosco e confiarem-me como um companheiro desta viajem comum com Deus. Orgulho-me de vocês!
A outra pessoa, a Susana, é diferente...não pela ligação intima que tenho com ela, mas que demonstrou-me que quer estar ao meu lado... Pôs de parte o seu agnosticismo convicto, para que me pudesse compreender e a apoiar-me de verdade neste meu momento de vida, que foi bastante estafante e pesado, mas que no final tornou-se uma fase da minha vida que nunca esquecerei!



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